A BUSCA POR BALANÇO COMPETITIVO NA NBA
A BUSCA POR BALANÇO COMPETITIVO NA NBA
Ago 10, 2020

A BUSCA POR BALANÇO COMPETITIVO NA NBA

Leonardo Risso FOTO: Ronald Martinez, Justin K. Aller, Sarah Stier, Doug Pensinger /Getty Images

Como uma liga que busca cada vez mais se aperfeiçoar e ser referência mundial, seja no âmbito esportivo, seja no âmbito dos negócios, a NBA passa ano a ano por mudanças. Novas políticas de trocas, teto salarial, formato dos jogos, limite de idade de entrada, novas regras e o próprio draft são frequentemente alterados e discutidos entre os times para que o equilíbrio competitivo, um dos conceitos chave de funcionamento, seja uma realidade. Há muitos anos, a liga como um todo entende que as equipes devem ter as mesmas chances de competir entre elas, ou seja, devem existir mecanismos que favoreçam as franquias mais fracas a criarem elencos mais fortes e disputar com as franquias mais estruturadas. Segundo o comissário da NBA, Adam Silver:


“No que realmente estamos focados é na paridade de oportunidades... Há mudanças que podemos fazer no sistema e acho que criaremos mais equilíbrio competitivo e mais igualdade de oportunidades...”


Existem algumas métricas que a liga utiliza para mensurar o sucesso do balanço competitivo, entre elas: a diversidade de equipes a serem campeãs e de chegarem aos playoffs, a frequência de recordes acima de 50% de vitórias na temporada, o número de equipes que não chegam aos playoffs por um longo período e a diferença de vitórias entre uma conferência e outra que, quando apresentam os resultados esperados, tornam o jogo mais atrativo, fortalecendo a NBA como produto, aumentando o número de vendas, patrocinadores, a taxa de ocupação nos jogos e todo mundo sai ganhando. Afinal, quem ficou feliz com a ida do Kevin Durant para os Warriors em 2016? Só os seus torcedores, certo?

 


Por um lado, sim, mas por outro lado… segundo o próprio Adam Silver, mesmo com a busca intensa por esse conceito de equilíbrio competitivo, dinastias como o Golden State Warriors de 2015-19, o Chicago Bulls de 1989-98 e o Lakers de 1980-91 são importantíssimas para a NBA, um bom número de pessoas só conhece o basquete pelo sucesso de Michael Jordan, Larry Bird, Magic Johnson e suas equipes que fizeram história e marcaram época. Inclusive, muitas pessoas no Brasil que começaram a praticar e acompanhar o basquete recentemente, têm como maior ídolo, Stephen Curry.


Mas o balanço competitivo não é só sobre vencer títulos, essa é apenas uma das métricas, o importante é dar a oportunidade por meio de mecanismos para equipes como o Milwaukee Bucks de 2014 se reconstruírem e se tornarem equipes competitivas ano após ano como falamos por aqui.


Para que essa competitividade realmente aconteça, a NBA tem alguns mecanismos, sendo os principais:

 

 

DRAFT

 

O Draft é um evento que acontece anualmente desde 1947 e é o momento no qual os novos jogadores entram na liga, normalmente, são do basquete universitário americano ou de ligas profissionais internacionais. As franquias que apresentam as piores performances no final da temporada têm as maiores chances de escolher os melhores talentos inscritos, assim a liga dá a oportunidade para que as piores franquias se reconstruam e aumentem a competitividade.


Não há como negar o impacto positivo que teve Luka Dončić, adicionado ao elenco dos Dallas Mavericks após o Draft de 2018, por exemplo. Uma equipe que desde 2012 não avança do 1º round de playoffs, e que desde 2016 não se classificava, agora tem uma chance muito mais alta de competir.


Para o Draft atual, as 14 primeiras escolhas são sorteadas entre as franquias que não se classificaram para os playoffs, as 3 piores equipes da temporada tem a chance de 14% cada uma para conseguir a primeira escolha, enquanto para as demais equipes, esta porcentagem diminui gradativamente conforme sua classificação. Já as demais escolhas que vão até o número 60 são escolhidas na ordem inversa ao recorde da temporada regular.


Esse é uma das oportunidades mais diretas que as piores equipes têm de evoluírem dentro de quadra.

 

TETO SALARIAL

 

Se as equipes mais valiosas e lucrativas da NBA pudessem oferecer o valor que quisessem ao contratar um jogador, certamente os melhores jogariam nessas franquias, tornando a liga um ambiente onde as franquias com maior disponibilidade financeira, as favoritas ao título ano após ano.


O “salary cap” é o limite de gastos com salários de jogadores impostos igualitariamente a todas as franquias, ele é recalculado anualmente conforme os lucros aumentam ou diminuem.


Um exemplo disso é o Los Angeles Lakers na atual temporada, com 2 jogadores se beneficiando do salário máximo e o teto salarial no limite, se quisessem adicionar uma outra estrela com a mesma expressão que LeBron ou AD, teriam que se desfazer de praticamente metade do time ou pagar uma multa chamada de “Luxury Tax”, o que se tornaria um custo extremamente elevado.


Essa é uma das formas que a NBA oferece as menores equipes a chance de negociar com grandes jogadores.

 



RENDA DE DIREITOS TELEVISIVOS

 

Segundo o Sports Media Watch, a NBA lucra, anualmente, 2,6 bilhões de dólares com a transmissão dos jogos em rede nacional, toda essa renda é distribuída igualitariamente entre cada uma das franquias. Desta forma, as equipes com menor número de fãs e exibição que lucrariam muito menos que as equipes mais badaladas, tem uma fonte de renda expressiva para oferecer bons contratos e melhorar sua estrutura a cada temporada.


Conforme o tempo passa e o jogo evolui, são necessárias mais medidas para que a liga se adapte e torne-se um ambiente mais equilibrado e competitivo. Mesmo assim, sempre vão existir fatores externos que influenciam positivamente ou negativamente nesse cenário. Uma coisa é certa: as franquias que mais souberem aproveitar as oportunidades que a liga oferece, mais competitivas serão. Uma grande prova do mau uso destes mecanismos é o Knicks, pois apesar de ser a franquia mais valiosa da NBA, uma série de decisões erradas os distanciam cada dia mais do troféu Larry O’Brien.

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