ALÉM DO JOGO: BASQUETE NA ÁFRICA
ALÉM DO JOGO: BASQUETE NA ÁFRICA
Ago 17, 2020

ALÉM DO JOGO: BASQUETE NA ÁFRICA

Leonardo Risso FOTO: Giants of Africa, Kevin Couliau,

O esporte já provou ser uma das ferramentas mais importantes de transformação social que existem e vem se mostrando muito eficiente em diversas comunidades no Brasil e pelo mundo, revelando e potencializando vários atletas para jogar em ligas profissionais, mas o mais importante, busca equalizar as oportunidades aos menos favorecidos. Um exemplo disso é o projeto Kicks For Good do STREETOPIA que arrecadou diversos pares de tênis para o projeto Anjos do Esporte em uma de suas entregas, possibilitando que crianças e jovens atletas pratiquem basquete com mais alegria e qualidade em Paraisópolis.


A África foi muito prejudicada pela exploração histórica colonialista que até hoje gera problemas econômicos e sociais extremamente delicados no continente. Entretanto, diversas organizações não-governamentais e projetos sociais vem fazendo um trabalho crucial para 'suavizar' os problemas e oferecer desenvolvimento humano e profissional à diversos jovens pelos países africanos.

 


O Seed Project surge no Senegal como forma de usar a educação e o basquete para desenvolver a próxima geração de líderes africanos. Segundo a UNESCO, metade da população do país tem menos de 18 anos, sendo que apenas 32% dos alunos frequentam o ensino médio e 7% a universidade. Por meio dos programas Seed Rise, Seed Academy, Women’s Empowerment, Seed Gives e Seed Schoolars, o projeto busca aumentar a retenção escolar, as taxas de conclusão do ensino médio, reduzir a desigualdade de gênero, promover a participação cívica entre os jovens e oferecer programação atlética de alta qualidade.


O resultado? 92% dos participantes se matriculam na universidade ou conseguiram um emprego ao deixar o programa, U$7 milhões ganhos em bolsas de estudo, 58 atletas enviados para jogar no basquete universitário dos Estados Unidos, 31 jogadores profissionais e 6 jogadores na NBA ou NBDL, entre eles, Gorgui Dieng, atual pivô do Memphis Grizzlies.

 


Fundado em 2003 pelo atual presidente do Toronto Raptors, Masai Ujiri, o Giants of Africa nasce para dar oportunidades a jogadores de basquete no continente por meio de training camps, fornecendo todos os mecanismos necessários para fazer o esporte crescer e ensinar valores para as novas gerações.


“Sonhe grande na África. Como crianças, como jovens, você tem que querer ser grande. OK? Não importa de onde você é, não importa o que você faça, olhe para todas as nossas histórias, olhe para todos aqui - podemos ser bons, podemos ser excelentes...”
- Masai Ujiri no documentário “Giants of Africa”.


O programa já ajudou Joel Embiid e Pascal Siakam a se tornarem jogadores da NBA que, junto ao fundador, servem de inspiração não só a África, mas ao mundo todo. Além disso, o continente já formou mais de 40 jogadores para a liga entre lendas como o MVP Hakeem Olajuwon, Dikembe Mutombo, Serge Ibaka e Manute Bol, isso sem contar os jogadores filhos de pais africanos que imigraram para países europeus como é o caso de Giannis Antetokoumnpo e tantos outros que tem antepassados descendentes da África.

 


É nesse contexto que a NBA busca a cada dia se aproximar da região por meio de apoio aos projetos sociais, clínicas de desenvolvimento, o Africa Game desde 2015 e, agora, com o lançamento da Basketball Africa League (BAL) em parceria com a FIBA.


A nova liga será integralmente operada pela NBA e contará com todo apoio financeiro e expertise necessários para desenvolver uma estrutura logística e tecnológica que funcione a longo-prazo. A Pepsi e a Jordan Brand já apoiam o novo torneio e diversos parceiros comerciais da NBA já demonstraram forte interesse em fazer parte desse novo projeto que promete revolucionar o basquete na África.


Devido a pandemia do coronavírus, a partida inaugural foi adiada. O torneio contará com 12 equipes, divididas em 2 conferências, jogando 5 jogos entre si, sendo que as 3 melhores de cada uma se classificam para o “Super 6” que também jogarão entre si, determinando as 4 melhores para disputar as eliminatórias que revelarão o campeão da BAL. Entre as equipes participantes estão:

 


- Groupement Sportif des Pétroliers, Argélia;
- Club Atlético Petroleos de Luanda, Angola;
- Forces Armées e Police Basketball, Camarões;
- Zamalek, Egito;
- Gendarmerie Nationale Basketball Club, Madagascar;
- Association Sportive de la Police Nationale, Mali;
- Association Sportive de Salé, Morrocos;
- Ferroviário de Maputo, Moçambique;
- Rivers Hoopers Basketball Club, Nigéria;
- Patriots Basketball Club, Ruanda;
- Association Sportive des Douanes, Senegal;
- Union Sportive Monastirienne, Tunísia.

 

A BAL é uma iniciativa importantíssima para o ecossistema do basquete como um todo, porque irá gerar mais talentos, popularidade e entretenimento para a modalidade a nível mundial. Além de desenvolver uma região que carece de oportunidades gerando empregos, infraestrutura e receitas comerciais, a Liga se compromete a ser como um motor econômico para criar novas oportunidades no esporte, mídia e tecnologia em toda a África.


Como disse o próprio Masai Ujiri em sua palestra ao TEDxToronto sobre como os esportes podem impulsionar a economia da África: “Eu sempre imagino se pudéssemos construir 100 quadras em cada país da África, qual seria o resultado disso? E se pudéssemos dar 1 milhão de bolas para cada esporte que usa uma bola?... estamos buscando pessoas que vão criar a próxima geração...”.

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