O 'REBRANDING' DA WNBA
O 'REBRANDING' DA WNBA
Dez 11, 2020

O 'REBRANDING' DA WNBA

Leonardo Risso FOTO: The Brand Identity, 1000 Logos, SBS TV, Nike, Helene Marian, WNBA, UniWatch

A WNBA (Women’s National Basketball Association) foi fundada em 1996 pela NBA e desde então a ideia foi criar a versão feminina da liga, as 8 equipes iniciais eram associadas as franquias já existentes e, de fato, isso facilitou muito na operação e sustentabilidade financeira nos primeiros anos. Conforme os tempos passaram, mais franquias se interessaram em fazer parte da nova estrutura, adicionando o Washington Mystics e o Detroit Shock poucos anos após a criação e mais 6 outras equipes nos anos seguintes.


Até que em 2003, com a venda do Orlando Miracle, tornando-se Connecticut Sun, a NBA toma a decisão de que as franquias podem ter donos independentes, mostrando indícios de uma futura maior independência da liga. Porém, um dos elementos principais de uma marca ainda trazia uma semelhança gritante, a identidade visual.



Naquela época, fazia sentido que a identidade visual da “W” fosse bem associada à sua proprietária, tanto para atração da base de fãs, aproximação de patrocinadores, quanto como reputação para a NBA, afinal, criar e apoiar o crescimento de uma liga feminina que se tornaria o que se tornou hoje, não é algo para se abrir mão. Logo, as semelhanças são evidentes: as cores vermelha, azul e branca, o escudo como elemento geométrico e a silhueta que, inclusive, é inspirada naquela clássica do Jerry West do logo da NBA, deixaram clara essa associação.


Aos poucos a WNBA foi se adaptando, entendendo quais os melhores caminhos, práticas para crescer e como melhorar seu produto para uma base de fãs que, de início, era muito menor. As 8 franquias iniciais saltaram para 12, os contratos de televisão, receitas com venda de produtos, média de público em jogos e os salários das jogadoras aumentaram, muito bem justificados pela elevação do nível técnico da liga. 


A 'W', muitas vezes criticada e vista como inferior a NBA, decidiu então que era momento de criar uma nova marca em 2013:


A ideia foi anunciar uma mudança de posicionamento e novos grandes acordos comerciais que aconteciam naquele momento, reforçando, principalmente, a diversidade, capacidade atlética e natureza competitiva da WNBA.


Em termos de identidade visual, a principal e mais notável mudança foi a cor, que trouxe uma autenticidade muito maior e noção de independência da NBA, algo que desde o início já era visto como importante. Outro elemento que expressou muito bem a nova ideia foi a silhueta, sendo “Uma celebração de todas as atletas da WNBA do passado e do presente que inspiraram o logotipo da nova liga”, apresentada na campanha #iamlogowoman como uma figura mais forte, ágil e, por consequência, mais competitiva.


Ainda nessa linha, a WNBA anunciou uma nova parceria com a ESPN, garantindo a extensão do contrato até 2022, além de câmeras especiais em jogos selecionados, conteúdos de bastidores e comentários de ex-atletas em transmissões ao vivo, sendo um grande passo estratégico para a marca ser mais explorada e fortalecida nos anos seguintes.


De 2013 para cá, muita coisa mudou não só na “W”, mas no mundo dos esportes como um todo. Cada vez mais vemos atletas utilizando sua influência para manifestar suas opiniões, mais organizações se importando em como gerar valor às pessoas e na liga não é diferente. “Black Lives Matter”, “Future is Female”, “Love is Love” foram alguns dos movimentos que moldaram o DNA da WNBA nos últimos anos e, claro, a forma e com quem a marca se comunica. Com este pensamento, a liga se juntou a Sylvian Labs, agência responsável pelo primeiro rebranding, para repensar uma marca formulada um em novo propósito, posicionamento e identidade visual com o seguinte questionamento: “Como visualizar a marca e um negócio para ressoar na cultura, conectar-se com os fãs e fornecer lucratividade a longo prazo..?”


Em 2019, o resultado foi divulgado e alguns elementos acompanharam essa mudança estratégica da marca:




NOVO LOGO

A silhueta fora de uma “caixa” quebrou totalmente as expectativas e trouxe uma sensação de liberdade, associando-se ao empoderamento feminino e desvinculando-se ainda mais do padrão de logo da NBA e da G-League. O tom de laranja e a fonte foram alteradas, o formato da silhueta passou a representar ainda mais movimento e o cabelo em forma de coque é como várias jogadoras o utilizam durante os jogos, criando maior representatividade.



NOVO SLOGAN - 'Make Way. Our Game. Our Way'
(Abram alas. Nosso jogo. Nosso caminho)

Com uma campanha provocativa e que traz muito do que a nova marca representa, a WBNA lançou seu novo slogan justificado pela COO, Christy Hedgpeth: "É realmente sobre quem somos, em primeiro lugar, e quem são nossas jogadoras. Pensamos em como elas têm estado a frente de muitas conversas sobre mulheres e cultura…. Realmente achamos que temos a oportunidade e o potencial de sermos muito mais relevantes culturalmente do que somos..."




13 NOVAS FONTES

Criadas pela designer francesa, Hélène Marian, agora a WNBA tem suas fontes proprietárias para serem exploradas em diversos meios de comunicação, abrindo mais possibilidades criativas nas mais variáveis situações.




NOVOS PRODUTOS

Outro ponto importante a ser considerado nessa nova fase era a venda de merchandising, uma possibilidade muito importante para geração de receita e, segundo Christy Hedgpeth: "Você não pode ser culturalmente relevante sem ter coisas legais para vestir. Por isso, estamos empolgados em desenvolver nossos produtos e trabalhar com nossos parceiros para refletir a marca de várias maneiras interessantes..."


Basta ver os icônicos moletons laranjas que entraram em 'sold out' logo após viralizarem com o apoio de vários atletas em diferentes esportes e em especial na bolha da NBA. Os produtos são muito mais que o 'merch', eles representam as ideias que a 'W' tem no seu DNA.



AT&T

Junto a esse processo, a WNBA anunciou uma grande parceria com a companhia americana de telecomunicações, AT&T, para estampar sua marca em todos os uniformes das equipes, der principal patrocinadora do All Star Game e trabalhando diretamente com os canais online e via broadcast da “W”. Isso mostra não só uma parceria forte financeiramente, mas uma forte independência e protagonismo também no campo dos negócios.


O novo posicionamento traz uma WNBA mais comprometida em evoluir e apoiar as causas sociais importantes, mais qualidade dentro e fora das quadras. Isso é evidente na última temporada que:

- Houve aumento de 30% em interações em mídias sociais;

- Teto salarial aumentou em 30%;

- Mais direitos sobre saúde mental e maternidade;

- Aumento de 68% na visualização geral em todas as plataformas;

- Melhores benefícios em viagens de avião e hospedagem durante a temporada.


A 'W' está escrevendo sua própria história, verdadeira e cheia de grandes conquistas. Dê uma chance, acompanhe os jogos da liga ou mesmo os melhores momentos no dia seguinte, é o melhor basquete feminino do mundo! E se você não puder acompanhar e apoiar, entenda que esse movimento significa muito e, com certeza, vai fazer a diferença nesse esporte que tanto amamos.

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