PERFIL STTP - Diego Garcia #006
PERFIL STTP - Diego Garcia #006
Dez 29, 2020

PERFIL STTP - Diego Garcia #006

Victor Santo FOTO: Julio Nery

 

Através da influência da família, o esporte sempre esteve muito presente na vida de Diego Rocha Garcia, criado no Jardim D’Ávila (bairro localizado no município de Osasco) e atualmente Gerente de Marketing Esportivo para Basquete na Nike - Seja em função da relação de seu pai com o basquete e dos seus tios com o futebol e atletismo, todos esses exemplos serviram de ‘inputs’ para que transitasse pelo esporte de maneira bastante natural.


Em uma época onde pouco se falava de basquete em seu convívio, Diego e a modalidade se conectaram propriamente de uma maneira curiosa. Inesperadamente, seu tio praticante de atletismo, o presenteou com uma camisa do Chicago Bulls com o nome de Michael Jordan e uma bola de basquete. O gesto e saber o que MJ representava de alguma forma, foram responsáveis por estimular o interesse do jovem garoto, dando espaço para acontecer desde brincadeiras no quintal de casa a ter sua nova bola laranja como companheira inseparável em qualquer lugar que fosse.


Apesar de já ter o basquete em sua vida, Diego ia aos poucos consumindo e entendendo cada vez mais tudo que estava relacionado à essa cultura, mas em 1996, com o lançamento de Space Jam foi diferente e lhe trouxe um outro significado: Ver aquilo com a linguagem de basquete, com o Michael Jordan e com o Looney Tunes, pra mim foi o ápice. Eu acho que foi aí que virou a chavinha na minha cabeça e eu falei, É O BASQUETE..!”

 


Com o passar dos anos e já empenhado em definir os caminhos de sua profissão, Diego formou-se em Publicidade e Propaganda porque queria trabalhar com comunicação, mas percebeu que pendia muito mais para planejamento estratégico e negócios do que com a publicidade em si, até que pós graduou-se em Marketing. Por já trabalhar na área, porém no segmento de tecnologia, buscava encontrar o equilíbrio naquilo que seria o melhor dos mundos, os seja, algo que tivesse a possibilidade de combinar o trabalho com alguma coisa muito prazerosa, no caso o esporte. Mas de que maneira?


Sua forma de observar o mercado e as oportunidades que nele estavam (ainda que disfarçadas), ratificavam com toda certeza que o Marketing não era só algo que se identificava, mas se tornaria um de seus pilares profissionais. Percebeu também que com o surgimento de uma área chamada Marketing Esportivo teria a possibilidade de unir esses dois universos e assim o fez.


Ao longo dessa jornada, sua família ocupa um papel fundamental quando falamos em modelos que são motivo de inspiração - Michael Jordan também entra nesse lugar de alguma forma quando Diego recorda ter recebido de sua avó em um dos natais de sua vida uma quantia como presente e que a primeira coisa que fez foi ir ao shopping comprar “Michael Jordan: A história de um campeão e o mundo que ele criou”, biografia de David Halberstam que traça a trajetória de um dos maiores jogadores de todos os tempos: “Acho que isso aí me deu essa inspiração talvez até de começar de uma maneira meio lúdica a entrar no mundo do marketing esportivo e tudo isso em torno da figura do Jordan, que tinha um lance de superação e de auto confiança que pra mim era muito foda...” Diego ainda completa sobre a importância de Jordan como referência de homem negro, que apesar de todas as limitações causadas por barreiras sociais e raciais, conseguiu vencer:

 


Diego, que celebra 10 anos de sua carreira corporativa dedicada ao Marketing Esportivo para basquete, reconhece que o esporte passou por uma considerável transformação em diversos setores, como a melhora da estrutura do esporte no país, o interesse de mais pessoas pela modalidade, a presença e aumento da frequência nos veículos de comunicação, porém seu maior desafio, é como se manter nos próximos 10 anos: “Nesse recorte de evolução, bateu no teto e como você vai para o próximo nível, é o grande desafio. Porque ai você passa por uma série de coisas como a situação socioeconômica do pais, a disponibilidade e formação de atletas que está diretamente conectada com a situação econômica do pais. Pegar todo o crescimento dos últimos 10 anos, projetar nos próximos 10 anos, é o grande desafio...”

 

Muito feliz, relembra de seu início em meados dos anos 2000 e do surgimento dos blogs, uma plataforma mais acessível que os veículos de mídia tradicionais, onde os jovens utilizavam para se expressar e abordar diversos assuntos. Ele também embarcou nessa onda com a criação do blog “O Marketing da Transpiração”, espaço que dedicava para falar sobre temas dentro do esporte e no marketing: “Era um exercício que eu tava fazendo. Precisava exercitar esse lance do Marketing Esportivo. Todos os dias eu separava uma notícia relacionada e fazia uma dissertação. De certa forma, eu já estava trabalhando com ele sem ter o trabalho e pra mim isso abriu muito minha cabeça...

 

 

Diego no festival STREETOPIA EP.02 /2019.


 

O basquete foi responsável por colocar em seu caminho, lugares, situações e pessoas que jamais imaginou conhecer, quiçá, somente nos seus mais distantes sonhos. Dentre inúmeros momentos vividos ao longo desses 10 anos, Diego fala de um especial e cheio de significado, não só para si, mas para sua família e para qualquer fã incondicional desse jogo chamado basquete. Falamos sobre o dia em que teve o prazer de conhecer uma de suas maiores inspirações através de seu trabalho, o dono da camisa 23 do Chicago Bulls que tinha recebido de presente do seu tio, Michael Jeffrey Jordan.

 

Esse encontro aconteceu há alguns anos atrás em um evento de ativação de sua marca em um ginásio esportivo localizado no Brooklyn, Nova York. Todo staff já sabia que Jordan surgiria a qualquer momento por se tratar de uma ocasião bastante especial e para cumprir protocolos e formalidades profissionais. Jordan estava no fundo de uma sala com alguns executivos da marca e o staff se juntaria a eles para fazer a foto oficial daquela ocasião. De alguma forma, calhou de Diego e Michael Jordan se falarem por alguns segundos – primeiro pelo fato ser brasileiro e pelo interesse que Jordan demonstrava em conhecer o Brasil em função da copa do mundo e olimpíadas, estas, em vias de serem sediadas em 2014 e 2016 posteriormente.

 

Após o encontro, Diego ainda mantinha sua postura profissional até a hora de ir ao banheiro dividir o acontecido com o seu pai em um telefonema, e claro que a emoção tomou conta e foi impossível conter as lágrimas. É muito bacana conhecer de perto um ídolo desse ‘tamanho’, mas sua maior recompensa em toda essa experiência foi poder ver a satisfação de seu pai: “Pra mim o que foi mais foda foi poder contar para o meu pai e poder ver o quanto ele se realizou com aquilo. Para meu pai, era impossível a gente estar ali...”

 

 

Diego com seu pai e mãe, Décio e Lia.



Quando questionado sobre o hoje e expectativas para o futuro, em função da pandemia, destaca por exemplo que vivemos um momento completamente diferente do que vivemos em 2019, mas há de servir para moldar diversas coisas boas no futuro. O surgimento da bolha da NBA, é a maior prova de que o produto basquete é extremamente forte, resiliente e além de estar sendo entregue de diversas maneiras considerando o contexto atual, tem sido um enorme laboratório e um verdadeiro convite ao aprendizado fora de uma situação de conforto.

 

É indiscutível o poder que o esporte tem, pela forma que cativa, que impacta e salva a vida de muitas pessoas, e com Diego não foi diferente, já que se pudesse definir o basquete em apenas uma palavra, seria transformador: “Eu acho que o basquete na minha vida teve esse poder de transformação, mas ao mesmo tempo eu consigo entender que ele foi um meio e não um fim...” Certo, é que nada disso se torna possível, nada vai acontecer, se não tivermos claro qual é o nosso propósito, o quanto queremos, o quão atentos estamos a ponto de enxergar e reconhecer o que aparece em nosso caminho muitas vezes de uma maneira inexplicável e assim Diego completa: “No final das contas não é sobre mim, é sobre uma coisa muito maior, outras pessoas, gerações que vieram antes de mim, que puderam me dar essa chance de escolher. Eu tive a chance de poder escolher o basquete e seguir...”

 

Para Diego, a mensagem que fica através de todo seu aprendizado, é que independente de quem seja, de onde veio, com ou sem dinheiro, com ou sem posses, se você quer realmente algo, VÁ ATRÁS, porque é possível!

 

 

 

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