PERFIL STTP - Hamilton Wallace #009
PERFIL STTP - Hamilton Wallace #009
Feb 18, 2021

PERFIL STTP - Hamilton Wallace #009

Victor Santo FOTO: Julio Nery

 

Aos 20 anos, o jovem natural de Carapicuíba, Hamilton Wallace Gonçalves de Souza, também conhecido como Hamilton Wallace ou somente Wall, deu início a sua história com o basquete ainda criança por influência de seu pai (também jogador) e contou para o STREETOPIA como tudo isso aconteceu.

 

Ele lembra dos finais de semana que acompanhava o pai nos parques de São Paulo para disputar os rachões com os amigos. Apesar de nem brincar na quadra com receio de se machucar, o jovem Wallace admirava de longe todas as jogadas de seu ‘herói’ e transitava naturalmente naquela atmosfera que só quem é do basquete sabe: “Foi sempre o meu pai que me incentivou o basquete. Ele nunca me empurrou pra jogar, mas sempre me mostrou que através do esporte eu poderia conquistar muitas coisas...”

 

 

Aos 11 anos, começou a jogar basquete no Clube Mackenzie e um pouco diferente do que era assistir seu pai, vivia sua primeira real experiência daquilo do que realmente seria o jogo de basquete na prática. Com o passar do tempo, todos no time perceberam o potencial do garoto e após 3 anos, teria a oportunidade de jogar pelo Clube Paulistano onde mais tarde conquistaria o campeonato Paulista. A experiência no time foi muito enriquecedora e principalmente um de suas principais motivações: ‘Os mesmos meninos que estavam ali treinando comigo, iam evoluindo e começavam a jogar no time profissional, um sonho para muita gente e o meu também. Foi ali o meu incentivo maior, ver que o cara que tá treinando comigo, que acorda cedo, conquistou... E porque não posso conquistar também...?”

 

O garoto voava e aos poucos já era reconhecido naquilo que mais amava fazer. Com 17 anos teve uma breve experiência jogando basquete em Bauru, mas por terem descontinuado a base, voltou à São Paulo e sua nova morada seria o time de basquete do Palmeiras.

 

A medida que se solidificava no esporte, referencias de outros jogadores iam surgindo e o sonho de todo garoto que joga basquete de chegar à NBA também, só que para chegar lá, sabia que precisava percorrer algumas e a primeira delas seria jogar basquete colegial e assim o fez, através de um convite para jogar na Carolina do Norte:

 

 

Apesar das dificuldades com o idioma, Wallace não teve problemas para se adaptar e mandou mundo bem durante o período que esteve nos Estados Unidos, onde além de ter faturado o campeonato nacional, serviu para despertar a atenção de algumas universidades e de uma em especial, a Lakeland College em Chicago, Illinois, casa do Lakeland Lakers.

 

Por ter concluído o colegial e já perto de sua volta ao Brasil, o técnico de Wallace apareceu em sua casa trazendo uma notícia que provavelmente mudaria sua vida. Os responsáveis pelo time de basquete da Lakeland College, gostaram muito de seu jogo e o convidaram para fazer parte do time. A alegria foi imensa e a primeira coisa que fez foi dividir aquele momento mais que especial com seus pais.

 

Wallace também dividiu conosco um pouco de suas impressões sobre o atual momento do basquete brasileiro e o que pode ser feito para que o esporte tenha mais alcance: “Aqui no Brasil falta um pouco mais de oportunidades. Muitos garotos quando chegam aos 16, 17 anos, muitas vezes ficam sem clube, sem lugar para praticar e acaba virando um hobby. Não tem aquela visão que pô, eu posso realmente continuar um profissional se continuar aqui. Tem um caminho a seguir, mas realmente não tem aquela motivação...”

 

Ele também comenta como é ser um exemplo de inspiração para muitos jovens no começo de carreira: “Para uma boa parte dos meus amigos, eles acreditam que eu venci. De onde eu estava ali no Mackenzie, por não ter categoria profissional e só ir até os 15 anos e conseguir jogar nos Estados Unidos que é o sonho de muita gente, eu realmente venci. Eles me vêem assim...”

 

Para o Wallace, o basquete é muito mais que um esporte, é estilo de vida, é algo que contribuiu na realização de seus sonhos e ainda fará muito mais, como uma ferramenta que oferecerá condições de ajudar toda sua família.

 

 

 

O pai de Wallace, Hamilton Souza, também esteve conosco e dividiu também um pouco de sua história, esta, que serviu de alicerce para que o jovem atleta se encontrasse no esporte.

 

Aos 13 anos, ele conheceu o basquete através de um vizinho que não perdia se quer um jogo da NBA transmitido pela TV Bandeirantes na época. Eram tempos totalmente diferentes do que vivemos hoje, não tinha internet, o acesso era limitado as informações e aos resultados dos jogos muitas vezes assistidos semanalmente, mas era sempre possível se interar.

 

Hamilton ficava atento a todo e qualquer detalhe que podia absorver. Referências sobre jogadores, e principalmente os tênis que eles usavam em quadra chamavam muito sua atenção, e com certeza foram responsáveis não só por influenciar seu comportamento, mas também foi despertar para querer se aproximar do esporte: “Eu olhava para aqueles ‘CONS’ e falava que legal. Eu quero jogar basquete para ter um tênis desse, para estar na moda, para ter um estilo...” O fato de ser um garoto alto para sua idade, também influenciou sua escolha pelo basquete. “Era muito legal se sentir representado na TV enquanto assistia aos jogos”, afirma.

 

 

Converse CONS NBA "Detroit Pistons" e "Chicago Bulls"


 

Ainda que tenha começado um pouco tarde a jogar, Hamilton viveu intensamente o esporte e relembra com orgulho dos tempos que era acompanhado pelo filho e como o garoto naturalmente se interessava por participar de tudo aquilo: “Entre os 8 e os 10 anos as crianças estão focadas em outras coisas, super heróis, outras brincadeiras. Ele do nada começou a acompanhar. Ele mesmo vinha com a própria bolinha de basquete e pedia para irmos ao parque. Desde pequenininho já o incentivávamos...”

 

Sabendo que o garoto provavelmente seguiria o esporte como profissão, o incentivo dado sempre foi muito sensato e atuava ao mesmo tempo como orientação, no sentido de que se ele realmente queria perseguir aquilo, precisava estar pronto para quando a tão sonhada oportunidade surgisse: “Eu falava assim para ele: Antes de qualquer coisa você precisa estar preparado, por que quando a oportunidade vier e as coisas começarem acontecer, vai ser do dia para o outro e as vezes queremos tanto certas coisas e não estamos preparados para aquilo...”

 

O basquete ensina, oferece oportunidades, permite que através delas consiga olhar para o futuro de uma outra forma. Faz com que compreendamos limites, a ordem das coisas e nos mostra o que de fato é disciplina, por isso, se Hamilton pudesse definir esse esporte em apenas uma palavra, ele diria VIDA.

 

Tão linda como a história do jovem Wallace, é também a relação que tem com sua família e o apoio que recebe de todos e a felicidade que transborda por tudo estar realmente dando muito certo.


É só o começo e nós do STREETOPIA estamos daqui e de graça, na torcida por você. GO, Wallace!

 

 

 

 

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