PERFIL STTP - Igor Puga #011
PERFIL STTP - Igor Puga #011
Abr 08, 2021

PERFIL STTP - Igor Puga #011

Victor Santo FOTO: Julio Nery

 

Igor Puga, Chief Marketing Officer do Santander e devoto incondicional do basquete, contou para nós do STREETOPIA como nasceu essa relação mais do que especial com o esporte.

 

Nascido em Piracicaba, cidade do Interior de São Paulo, e com bastante tradição no basquete, Puga relembra os tempos de BCN UNIMEP, de Magic Paula, e  também a rivalidade com a cidade vizinha de Sorocaba, também muito tradicional no esporte que envolvia todos e fazia com que despertasse seu interesse de participar daquela atmosfera diferente do futebol: “Era a única atividade esportiva na cidade que dava para assistir, que tinha público e que minha família deixava eu ir. Jogo de futebol era complicado, tinha um lance de violência, mas entrar e sair do ginásio com jogo de basquete feminino, eu podia...”

 

 

Diferente de muitos garotos que em sua grande maioria possuem modelos masculinos como referência, para Puga isso era algo bem distante já que respirava e vivia o esporte que mais gostava através de grandes atletas femininas, e assim passou a respeitá-las ainda mais, principalmente por terem sido responsáveis pelo seu desejo de jogar basquete. Até que aos 9 anos, decidiu se matricular na escolinha de basquete de um dos três clubes existentes na cidade, o Clube Cristóvão Colombo de Piracicaba.

 

Além do estudo, o esporte era praticamente sua única ocupação e opção para se entreter, e isso lhe proporcionou além do engajamento em grupo, o desenvolvimento de suas habilidades com os fundamentos do jogo e muita disciplina: “Sou filho de professora, então a minha mãe falou, já que começou a fazer essa porra, bem ou mal você vai fazer, se tem que treinar, tem que treinar...” Ele ainda completou: “Eu agradeço minha mãe! Se eu consegui de fato ter alguma coisa, foi por ela. Me federei por causa da minha mãe, tinha aquela coisa da disciplina de manter a frequência, ou seja, você pode fazer o que quiser filho, desde que você faça direito. Minha mãe é a principal culpada de eu ter praticado basquete, mas o lance de eu ter encontrado e me identificado foi pelo lugar que eu nasci...”

 

Na adolescência, Puga começou a se conectar com outros aspectos do basquete que iam além das atividades físicas. Culturalmente falando por exemplo, como este esporte tem a capacidade de misturar e envolver universos distintos de modo que partilhem a mesma paixão? Como pode influenciar tanto pessoas a ponto de atuar na maneira que as pessoas se vestem, no que ouvem e como andam? A verdade é que o basquete muitas vezes promove uma miscigenação social, sendo de fato um dos esportes mais democráticos que conhecemos e Puga reconhece: 

 

 

É muito interessante como tantas pessoas tidas como diferentes em um contexto não muito receptivo ao ‘novo’ ou fora de algum padrão, conseguem se enxergar como iguais através de um gosto em comum e assim, Puga novamente completa: “Abriu-se um mundo através do basquete. Os amigos de infância que eu tenho, as casas que eu frequentava, o tipo de festa que eu ia a noite, o meu mundo mudou. Ali foi uma porta de uma porta de um novo universo que sempre existiu mas que não era visível pra mim, porque era um menino que tinha que se encaixar em um determinado feudo, só que eu não gostava. Com o basquete eu entendia como um lugar onde as pessoas eram mais livres, tinham mais direito de ser o que bem entendiam...” A percepção de Puga era cada vez mais refinada, principalmente por estar imerso em uma experiência onde as diferenças fortaleciam os vínculos.

 

Ainda sobre o aspecto de ser diferente, Puga sempre teve uma ‘queda’ pelo lado B das coisas, do pouco comum, e como isso pode despertar o mais autêntico e verdadeiro de cada indivíduo e como isso pode contribuir para que qualquer um não se sinta reprimido, não se sinta obrigado a ser quem não tem que ser. Patrick Ewing, por exemplo, é um desses casos, que para Puga nunca foi uma unanimidade, mas é uma figura que conseguia representar exatamente o que ele gostaria de ser. Outro grande e importante exemplo, é Manu Ginobili, que é motivo de inspiração através de toda sua luta para ter se tornado uma dos maiores jogadores na NBA.

 

Igor Puga, assim que se consolidou em sua profissão, sempre teve muito claro para si que não trabalharia com o basquete, mas ele percebeu que o mais bem sucedido que fosse, teria condições de realizar seus sonhos com as coisas que o deixam minimamente feliz: “Eu achava muito distante trabalhar com qualquer coisa de marketing, comunicação ou publicidade que tivesse a ver com o basquete e eu não preciso trabalhar com o basquete ou fazer um cross disso. Se eu conseguir ter minha profissão, cumprir meu dever, eu vou ter dinheiro e utilizar meu tempo livre para fazer o que me da um puta prazer...” 

 

Uma de suas maiores conquistas foi quando decidiu assistir uma final da NBA com receio de que o Raptors não repetisse o feito, além disso  se surpreendeu com a comoção de todos quando Barack Obama aparece: “Eu venho de um país onde não temos orgulho nem respeito pelos políticos, infelizmente. Eu estava num país cujo a reverencia das pessoas pelo presidente de um outro país, faziam com que todos ficassem em pé e batessem palma por quase 3 minutos. Fiquei emocionado!

 

Na qualidade de profissional de marketing e através desse tipo de experiência, é humanamente impossível deixar de fazer comparações ou analisar mais profundamente todas as possibilidades de comunicação e criativas encontradas em um jogo da NBA e utilizá-las como referencia para serem aplicadas em algum tipo de projeto ou ativação. Puga, destaca a relação que a liga tem com o consumidor e as ações voltadas à responsabilidade social: “A NBA especificamente é uma aula de relacionamento com o consumidor, se avaliarmos as disciplinas do ponto de vista técnico, eles dao uma verdadeira surra, e nada chega perto à um jogo de temporada regular. Sem contar nas iniciativas  compromisso social com a comunidade do entorno e toda relação que as pessoas tem com o profissionalismo da modalidade em si....”

 

A mudança de dress code na NBA foi relembrada por Puga como um dos maiores fenômenos de marketing, conduta e influência que já existiu, por ser além de um grito cultural de libertação, os jogadores não pensavam duas vezes em ser quem eles realmente eram nas ruas ou nas quadras. Os uniformes maiores e a atitude do Fab 5, time da Universidade de Michigan formado por Chris Webber, Jalen Rose, Juwan Howard, Jimmy King e Ray Jackson nos anos 90, deram o tom da década, influenciando jogadores e fãs das gerações seguintes.

 

É lindo ver como o esporte se torna genuinamente a extensão de quem de alguma forma se dedica por ele, e nada é mais verdadeiro do que poder reconhecer que o basquete continua fazendo a diferença na vida de Puga com a mesma intensidade de quando se encontraram quando criança e assim como elas, para ele, basquete é a mais pura tradução de alegria. 

 

 

 

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