O ex-jogador profissional de basquete André Brazolin, fundador do Instituto Brazolin e também idealizador do projeto social Anjos do Esporte, dividiu conosco do STREETOPIA sua paixão pelo basquete e como ela acabou se transformando em um dos seus maiores propósitos.
Aos oito anos de idade teve seu primeiro contato com o basquete através do irmão mais velho, Carlos Brazolin. Apesar do sonho em se tornar um jogador de futebol profissional, André sempre aparecia no Esporte Clube Pinheiros para ver Carlinhos treinar, que aliás, sempre o motivava a jogar ou pelo menos dar espaço para conhecer outras modalidades. Assim André o fez, e mais tarde seria então convidado pelo experiente técnico Tácito Pinto para treinar com o time da categoria de base do clube.
Apesar de ter abraçado o basquete, André ainda tinha dúvida sobre qual categoria deveria seguir, até que aos nove anos em um dia de passeio no shopping com seu pai, encontra uma pessoa que já admirava de alguma forma (e talvez por influência de seu irmão) e que se tornaria uma de suas principais inspirações: “Eu vi o Oscar no Shopping Iguatemi, ele estava indo assistir Superman com a esposa e eu pedi um autógrafo para ele. O Oscar saiu de dentro da catraca perguntou meu nome e escreveu ‘André Brazolin, um abraço, Oscar Schmidt. Eu guardei, plastifiquei e falei agora meu sonho é jogar basquete, um dia vou jogar com esse cara...” - Como André bem disse, em todas as competições que Oscar participava, principalmente as internacionais, ele o assistia com o autógrafo que recebeu em mãos e sempre mentalizava seu desejo em jogar com o ídolo.
Brazolin caminhava em busca do seu sonho e o basquete se fazia cada vez mais presente a medida que se desenvolvia nas categorias de base do Esporte Clube Pinheiros, onde esteve entre os anos de 1978 e 1982. Toda dedicação e disposição pelo basquete, contribuiu para que anos mais tarde ele avançasse mais uma etapa e chegasse ao time de basquete do Continental Esporte Clube, hoje Continental Basketball, um time muito conhecido pela tradição no basquete e por revelar talentos, onde André jogou entre 1982 e 1989.
Além de ter atuado na Seleção Brasileira na categoria cadete, equipes como Esporte Clube Monte Líbano (90/91), Franca Esporte Clube (93), Esporte Clube Limeira (91/92/94/95), Clube Joinville – SC (96), Clube Fluminense (99) e Clube Santo André (98/99) também fazem parte de seu currículo.
Aos 30 anos, desta vez jogando pelo Esporte Clube Corinthians(2000/2001) e já se preparando para se despedir do basquete profissional, Brazolin relembra um dos momentos mais marcantes de sua carreira, que foi logo quando o ídolo Oscar, encerraria sua carreira como jogador do Clube de Regatas Flamengo:
Brazolin sempre teve uma relação muito franca e grata com o basquete, mas em 2003 percebeu que já era a hora de parar e que sua missão tinha sido cumprida: “Meu rendimento já estava baixo, não tinha mais como continuar, eu estava muito machucado, foram oito operações. Eu falei vou parar e vou ensinar o que eu aprendi e do jeito que aprendi. Eu soube a hora de parar, eu não queria que o basquete parasse comigo...”
Através desse pensamento, André fundou o Instituto Brazolin, instituição que utiliza basquete como ferramenta para transformar vidas, além de desenvolver ações que fomentam o trabalho em equipe, a motivação e o controle emocional para os jovens e crianças moradoras de regiões com grande vulnerabilidade social.
O Instituto deu um importante passo em direção aos projetos sociais com a criação do ‘Anjos do Esporte’, projeto que consiste em ajudar jovens carentes e de diferentes comunidades, além de oferecer ajuda na recuperação de detentos e crianças carentes. Hoje está focado em seu trabalho social na comunidade de Paraisópolis em São Paulo entre outras, utilizando o esporte como meio integração social e ajuda ao próximo.
O STREETOPIA é um profundo admirador e apoiador desse lindo projeto através do Kicks For Good, importante iniciativa que visa distribuir tênis usados e em excelente estado à jovens atletas. Enquanto nosso editor Victor Santo, batia um papo sobre os detalhes dessa linda parceria, aproveitou para convidar o nosso Diretor de Arte, Rafael Eidelwein junto com a também nossa Gerente Operacional, Lucy Horn para falarem um pouco do quão especial foi essa troca: “Com certeza foi muito bacana para aqueles moleques estarmos lá, mas para nós acredito que foi três vezes mais. Não adianta cara, quando você trabalha pela verdade, é isso aí mesmo. A gente foi lá com a verdade. O social para nós é muito importante, é o jeito de devolvermos ao basquete aquilo que ele nos ensinou...” diz Rafa. Lucy Horn, também dividiu sua experiência com emoção: “Estar dentro do Paraisópolis foi uma experiência e tanto para nós. Foi o primeiro momento que vimos o quão forte é o projeto Kicks For Good do STREETOPIA. O quão importante é você poder doar um tênis com história e transformar aquela história em uma nova história. O tênis é o maior instrumento que o jogador precisa...”
É lindo ver como André Brazolin se manteve firme no basquete e principalmente focado em seu propósito, mesmo tendo parado de jogar, mas através de sua esperança ele tem se esforçado como um grande técnico no difícil jogo da vida de tantos jovens especiais e com dificuldades. E o melhor disso tudo, é que a vitória é certa.
Parabéns, Braza!