A sutileza brasileira em não assumir que o Brasil é, de fato, um país racista, não é novidade. Fato é que esse olhar não tem a capacidade de compreender essas diversas barreiras estruturais, principalmente por ser um modelo mental reproduzido de geração em geração, e que não concebe negros em posições que não seja de servidão desde os tempos deploráveis da escravidão.
Infelizmente, o cotidiano dessas pessoas acaba sendo cruelmente afetado das mais variadas formas: seja na dificuldade de acessar e ocupar lugares, ou por padrões instituídos e que dificilmente conseguem ser quebrados, até a omissão afetiva de pessoas negras por pessoas brancas em alguns casos, a não ser que seja somente com uma finalidade sexual.
A afetividade, autoestima e a sexualidade da mulher, por exemplo, é um importante recorte que merece toda a atenção, e quando se fala da mulher negra, ainda mais. Dessa forma, a jornalista Amanda Porto onde em um tweet direcionado especificamente às suas seguidoras, perguntava quem tinha interesse em conversar e dividir experiencias sobre esse tema.
O sucesso foi tão grande que acabou dando origem ao ‘COLETIVO SIRIRICAS’, uma importante plataforma composta por nove colaboradoras, que aborda temas que vão desde relações afetivas, educação sexual, bem-estar, sexualidade das mulheres, especialmente negras e periféricas, locais onde muitas vezes não se tem costume de abordar e falar abertamente sobre essas questões.
Ana Beatriz Motta, é uma dessas nove meninas e dividiu com o STREETOPIA a importância da criação de iniciativas como esta: "O COLETIVO SIRIRICAS traz para as mulheres em geral, um lugar onde ela possa ter voz, onde ela vê que o que ela pensa e sente não é loucura, um lugar de informação onde tentamos explicar e aprender sobre as nossas vivencias e de muitas mulheres, especificamente as negras. Eu acho que tudo isso se resume confiança, empoderamento, acolhimento e um lugar onde as mulheres podem confiar..."
Saiba mais sobre o 'COLETIVO SIRIRICAS' em www.instagram.com/siriricas.com
