BASQUETE E ARTE CONTEMPORÂNEA
BASQUETE E ARTE CONTEMPORÂNEA
Dez 01, 2021

BASQUETE E ARTE CONTEMPORÂNEA

Chad Anderson - Miami, FL FOTO: Walter Iooss, Project Backboard, SKIRA, 2KFoundations

Mesmo para quem não é profundamente envolvido com o basquete ou com arte contemporânea, seria fácil perceber o quanto eles estão interligados, em um sentido abstrato onde um complementa e agrega valor ao outro.


O jogo de basquete é feito de movimentos criativos e precisos, juntamente com a paixão pelo esporte e sua plasticidade, e portanto, na maioria das vezes acaba sendo uma percepção estética da realidade. Se mencionássemos a alguém os adjetivos “criativo”, “paixão”, “estética” e “movimentos precisos”, qualquer pessoa provavelmente relacionaria tais adjetivos às artes, embora estejamos falando de basquete.





Quando nos aprofundamos nessa comparação, podemos inicialmente ver como um agrega material e criatividade contextual ao outro. Uma foto bem tirada de uma enterrada, ou simplesmente um salto em quadra, é um movimento estético que poderia ser facilmente transformado em um quadro em uma sala de estar qualquer. Uma quadra de basquete pública com grafite colorido oferece imediatamente dois ângulos e características distintas: o jogo de basquete interagindo simultaneamente com a arte de rua que é normalmente pintada por artistas locais, neste caso interagindo com toda a cidade. Quando temos uma visão geral da quadra e do grafite ali presente, vemos isso como uma experiência humana única em um cenário em que a arte de alguma forma reproduz o basquete, e o basquete fornece a base para as artes.


Esse estado de inter-relação entre o basquete e a arte contemporânea é bem conhecido por muitos artistas que viram a necessidade de uma compilação desse tipo de trabalho. Essa percepção foi posta em prática e gerou um livro editado pelos artistas Carlos Rolón, juntamente com Dan Peterson e John Dennis, intitulado Common Practice Basketball & Contemporary Art publicado pela editora SKIRA, (ISBN 9788857243979, lançado em 22/06/2021 que atualmente está esgotado, e sem previsão de reimpressão).



O trabalho é um livro de compilação abrangente editado por mais de 14 artistas multidisciplinares que, em algum momento, utilizaram a iconografia do basquete ao longo de suas carreiras, eles são: Alexandre Arrechea, Holly Bass, Katherine Bernhardt, Dan Colen, Eric Haze, Paula Henderson, David Huffman, Titus Kaphar, Tomokazu Matsuyama, Carlos Rolón, Ashley Teamer, Nari Ward, Wendy White e Jonas Wood. Esta compilação de artes visuais intercambiando com esportes e resultando em artes (com o pano de fundo da arte fornecido pelos esportes e vice-versa de acordo com as linhas e comentários do livro) é certamente um livro e uma exposição inédita.


Common Practice é também a primeira publicação totalmente ilustrada a enfocar e analisar essa sobreposição entre artes e um esporte. Carlos Rolón, que é também profissionalmente conhecido como Dzine, é um artista visual contemporâneo americano de descendência porto-riquenha que se formou no Columbia College em Chicago e foi o artista responsável por fazer as conexões ilustradas, e comentários para esta publicação.



A publicação causou tanto alvoroço no mundo artístico que logo se transformou em uma exposição em Manhattan, HOME & AWAY na Galeria Miles McEnery localizada na 525 W 22nd St, em Nova York. As fotos selecionadas para a exposição mostram um ponto de equilíbrio entre a arte contemporânea e a cultura do basquete e seu entorno, todos de alguma forma ligados de maneira central ao esporte. Há uma noção (quando você realmente vê a exposição) que as pessoas ao redor do mundo se encontram com o propósito único do basquete e a arte em torno desses eventos é similar em seu aspecto estético, criando assim uma espécie de conectividade global direta entre artes e o basquetebol.


A exibição traz influência, imagens e inspirações de frases tiradas do livro Common Practice: Basketball & Contemporary Art. O ponto central da exposição é que os artistas puderam conectar o basquete à arte em uma escala global por meio de uma percepção e criação única de artes visuais.




De volta ao livro e às ilustrações, a obra também apresenta passagens não apenas de Rolón, mas também de Dan Peterson, que é o fundador do Project Backboard - uma organização sem fins lucrativos dedicada a renovar quadras de basquete e melhorar os espaços públicos. O lançamento desse livro já é considerado como uma porta de entrada para o pensamento artístico convergente para os esportes, e essa é a importância sem precedentes desta compilação ilustrada.


Tentar comprar um exemplar pode ser difícil, uma vez que a primeira edição se encontra completamente esgotada.

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