Iniciamos essa matéria reportando que a maioria dos jogadores e executivos da NBA, high school americano e NCAA concordam que um shot clock de 35 segundos seria a melhor opção para o basquete, independentemente da liga. Recentemente, LeBron James deu uma entrevista à ABC afirmando que um shot clock de 35 segundos seria melhor para o andamento do jogo em todas as ligas.
O BENEFÍCIO TÉCNICO
Conversamos com dois treinadores diferentes na Flórida e na Califórnia, com raízes no basquete das high school, e eles compartilharam o mesmo pensamento. Um tempo de arremesso limitado a 35 segundos melhora o jogo, isso porque quando os jogadores ficam cansados durante os últimos tempos de jogo, eles não precisam ter pressa ou correr, o que significa que cerca de metade do jogo sempre será estrategicamente melhor e bem planejado. Eles acreditam que é por isso que alguns jogadores da NBA e da NCAA compartilham a mesma opinião, pois afinal das contas, trata-se do mesmo jogo.
O STREETOPIA decidiu se aprofundar neste assunto e explicar aos nossos leitores como é que a liga de basquete de high school, por exemplo, tem diferentes tempo de arremesso em diferentes estados, e a maioria deles, até recentemente, nunca teve um shot clock.
Inicialmente, pode-se argumentar que esta não é uma diferença isolada nos EUA, pois sempre houve divergência em todas as ligas em relação aos shot clocks. A maioria das high schools, nunca teve um requisito obrigatório de tempo de arremesso devido a razões logísticas e aqueles que usam, parecem nunca terem se decidido quanto ao tempo exato, pois alguns estados têm tempo de arremesso de 30 segundos e outros de 35.
Até outubro de 2021, os shot clocks para as ligas de high school eram usados apenas em oito estados, sendo: Califórnia, Maryland, Massachusetts, Nova York, Dakota do Norte, Rhode Island, Dakota do Sul e Washington. Em todos os estados o tempo de arremesso varia entre 30 e 35 segundos.
Vejamos o exemplo da NCAA para evidenciar o quão confuso isso tem sido ao longo dos anos. Eles introduziram o tempo de arremesso de 45 segundos pela primeira vez na temporada 1985-86, depois de dois queriam tirar o shot clock, e então foi reduzido para 35 segundos na temporada 1993-94 e, posteriormente, 30 segundos na Temporada 2015–16. A ligas NAIA e USCAA também reduziram o tempo de arremesso para 30 segundos a partir de 2015-16. No Canadá, a U Sports das Universidades Canadenses estabelece um shot clock de 24 segundos, o mesmo da NBA e da FIBA.
Em maio de 2021, a Federação Nacional das Associações Estaduais de High School nos EUA aprovou a implementação de um tempo de arremesso de 35 segundos mas caberá aos estados decidir sobre a implementação e possíveis mudanças. Ou seja, não é obrigatório, mas cada associação estadual poderá votar individualmente para adotar um tempo de arremesso a partir da temporada 2022-23. Ohio e Michigan atualmente continuam sem tempo de arremesso.
Foi a primeira vez que uma pesquisa nacional foi realizada sobre esse assunto, por iniciativa do comitê de regras do basquete da NFHS em sua reunião de abril passado. Uma pesquisa de 46 perguntas foi enviada a todas as high schools dos EUA, parte dessas perguntas também foi endereçada a alguns jogadores e executivos da NBA e NCAA.
Os resultados refletem a mesma opinião de LeBron James, Kevin Duran e Stephen Curry, de que um tempo de arremesso de 35 segundos seria melhor para o andamento do jogo. Também descobrimos que a opinião da NCAA e das high schools aponta para uma preferência marginalmente grande de um shot clock de 35 segundos.
Ohio e Michigan de imediato se manifestaram contra, pois segundo Geoff Kimmerly, diretor de comunicações da Associação Atlética de High School de Michigan: “A maior parte do feedback que recebemos é que não é necessário e não melhoraria o nível ou o fluxo do jogo. "Também viria com problemas de logística para adicionar equipamento e pessoal para usar esse equipamento em cada jogo. Simplesmente não vemos a necessidade, não queremos o shot clock "
Mesmo que esse debate continue, pelo menos agora está claro qual é a preferência da maioria dos jogadores e executivos na maioria das ligas.
