As unhas longas com decorações como pingentes, pedrarias e glitters são a tendência do momento, fazendo com que o mercado de luxo, os editoriais de moda e celebridades como Billie Eilish, Luísa Sonza, Rosalía e as Kardashians adotem o visual. Mulheres comuns também são adeptas aos alongamentos e gastam cerca de R$350 reais para realizar a aplicação. Apesar da popularidade, as unhas compridas não carregam uma boa aceitação em sua história.
Em 1988 a corredora Flo-Jo bateu o recorde nos Jogos Olímpicos ao conquistar três medalhas de ouro e uma de prata. A atleta apareceu em diversos veículos posando com suas medalhas, evidenciando o elemento estético que era sua marca registrada: as unhas longas e decoradas.
O preconceito em torno dos adornos de suas mãos foi tão grande, que ela foi criticada até mesmo quando comemorava um feito histórico.
As críticas às unhas de Flo-Jo aconteceram porque se tratava de um estilo que era parte da identidade das mulheres negras americanas e periféricas, e portanto era contra aos padrões de beleza da época.
Nos anos 1990, os rappers americanos usavam o grillz como acessório de ostentação. Enquanto isso, as cantoras de hip hop fizeram das unhas decoradas o símbolo feminino de ostentação. Lil’ Kim, Missy Elliott e Mary J. Blige são alguns dos nomes que subiam aos palcos com as unhas quadradas e com adornos de pedrarias.
As sambistas Alcione e Elza Soares também apostaram na combinação de comprimento e decoração das unhas em meados dos anos 1980 e 1990, sendo a inspiração nacional para estética que passou pelo mesmo processo de marginalização, ao se tornar parte do estilo de mulheres pretas e moradoras das favelas e subúrbios.
A ascensão de celebridades negras como Beyoncé, Cardi B e Rihanna, fazem com que o alongamento de unha marque presença no mainstream, inspirando muitas pessoas. Assim como as tranças, as unhas longas têm origens pretas e pobres que precisam receber seus devidos créditos!
