O choro, a emoção ao ter o seu nome anunciado. MarJon Beauchamp é um daqueles casos de jogadores que quase abandonaram o sonho da NBA e do basquete. Escolhido na 24ª escolha do Draft de 2022 pelo Milwaukee Bucks, o ala agora poderá pisar em uma quadra da melhor liga de basquete do mundo. Isso, no entanto, parecia quase impossível quando a pandemia da COVID-19 avassalou o planeta todo.
Considerado Top 50 da classe do High School de 2020, Beauchamp seguiu um caminho diferente no basquete. Ao invés de jogar o College ou uma oportunidade no exterior, ele e mais dois atletas foram atuar no “Chameleon BX”, um programa em San Francisco, na Califórnia, que visava preparar os jogadores para a intensidade e ritmo da NBA.
Beauchamp pensou que seria treinado por técnicos com experiência dentro da Liga. Ledo engano. Com a pandemia da COVID-19, os treinos pararam. Ele e os outros dois atletas foram deixados de lado, sem nenhuma instrução.
O jogador entrou em depressão e viveu seus momentos mais difíceis. Beauchamp retornou no começo de 2021 para Yakima, em Washington, cidade onde nasceu, para ficar com os pais. Pensou em largar tudo. A NBA parecia um sonho irreal naquele momento.
Com a ajuda deles, se matriculou em uma Junior College. Foi jogar o caminho mais alternativo do basquete universitário em Yakima Valley College. Apenas 12 jogos bastaram para mostrar o potencial: 30.7 pontos de média e ofertas de universidades da Divisão I da NCAA. Por problemas de elegibilidade, ele não poderia jogar e, mais uma vez, a limitação de opções aparecia para Beauchamp.
Tudo mudou em uma ligação de seu pai para Rod Strickland, comandante do programa G-League Ignite, da NBA. Strickland, que atuou na Liga, foi ver pessoalmente o treino de Beauchamp e se apaixonou. O jogador aceitou a oferta e atuou por uma temporada na G-League.
Com 15.1 pontos e 7.3 rebotes de média, superou nomes badalados do time como Jaden Hardy (escolha 37 do Draft de 2022) e Scoot Henderson (jogador mais jovem a atuar profissionalmente nos Estados Unidos na história) para se consolidar como uma escolha de 1ª rodada do recrutamento.
Da ansiedade e depressão para a superação, Beauchamp seguiu um caminho tortuoso, mas está próximo de realizar o seu sonho: jogar em uma quadra da NBA.